A questão dos recibos verdes ou abrir uma empresa, tem várias implicações que não só as fiscais.

Com efeito, quando pensámos em ser freelancer e tomamos em consideração todos os fatores que nos levam a trabalhar de forma independente, temos que considerar de forma muito consistente e coerente várias variáveis financeiras vs fiscais.

No entanto iremos começar pela fiscalidade dos freelancers.

Como freelancer, e porque está num regime de recibo verde, tem de considerar 5 possibilidades distintas:

1. Se não tem IVA, porque não atingiu o rendimento anual de 10.000 euros, mas tem retenção na fonte (25% do valor auferido – escalão geral);
2. O valor do seu income/rendimento e por isso como vai fazer a tributação: se é sujeito passivo de IVA (+10.000 euros anuais) e por isso tem retenção na fonte (25% do valor auferido – escalão geral);
3. Se não pretende fazer retenção na fonte (com a responsabilidade da taxação no final do ano em sede de IRS será elevada);
4. Se trabalha para plataformas internacionais de freelance work e como não reconhecem a figura “recibo verde” e como não conseguem pagar retenções e IVA ao estado Português, vai ter dificuldades em faturar;
5. O facto de que, a recibo verde e a menos que tenha contabilidade organizada, não consegue fazer uma boa afetação das despesas que tem como freelancer.

Poderíamos também falar neste artigo do peso que tem de ter um nome comercial / empresa / marca registada e a venda em proporção. Mas hoje vamo-nos remeter neste artigo à carga fiscal associada a um trabalhador freelancer a recibo verde e a um com uma empresa como frente. Deixaremos este tema para artigos futuros e por isso fique desse lado.

Ao nível empresarial, e quando fizer o seu plano pessoal, considere que:

1. O sócio-gerente da empresa tem, em princípio, de auferir remuneração e por isso contribuições obrigatórias para a segurança social;
2. Tem de fazer um bom plano financeiro: terá de ter obrigatoriamente contabilidade organizada e proporcionar os pagamentos por conta (e passados 3 anos de abertura da empresa, os pagamentos especiais por conta);
3. Terá que ponderar bem os prazos do IVA e todos os impostos a liquidar no tempo certo. Passado um dia do prazo, vira multa e com isso dores de cabeça.

Ser freelancer, com recibos verdes ou se abrir uma empresa, traz-lhe imensas vantagens. São de facto vantagens inegáveis:

1. Pode trabalhar de qualquer lugar;
2. Pode ter o seu método, criatividade e aplicar. Será reconhecido por isso e não tem de seguir métodos de terceiros com os quais não concorda e não vê resultados;
3. Pode ter o seu horário e disciplinar o seu trabalho;
4. Gerir os prazos e as entregas;
5. Entre muitas mais vantagens.

Assim, para nós é muito claro: menos de 10.000 euros anuais, em princípio, não compensa ter empresa; acima de 10.000 euros já deve ponderar se compensa ter empresa, desde que bem geridos prazos, impostos, clientes, pagamentos e cobranças.

Temos muitas coisas a dizer-lhe neste sentido, de forma prática e organizada. Fique desse lado, siga-nos nas redes sociais e fique alerta para as dicas práticas que lhe damos. Obrigado!